quarta-feira, 9 de julho de 2008

"Maratona de Revezamento Beto Carrero"


Pela foto, o leitor percebe quanto foi magnifica nossa participação nessa competição...

Foram campeões??? Perguntaria algum curioso... Não exatamente. Respondo eu.
Não tínhamos o objetivo de vencer. Levamos nossos amigos, alunos e companheiros no intuito de levar felicidade a todos, motivados pela corrida de revezamento.
Posso dizer, que por sorte, uma equipe nossa foi 3 lugar numa das categorias, porém não interessa qual das que levamos recebeu tal prêmio.

Estávamos lá, todos juntos em busca da felicidade. É o que estampa nossa foto.
A maratona de revezamento do Beto Carrero, se intitulou "Maratona da diversão". Como toda prova era dentro do parque, e os acompanhantes também pagavam ingresso, poderíamos também nos divertir nos brinquedos. Mas enquanto estávamos correndo, o foco era nosso grupo.
Todos se ajudaram, quem não se conhecia, virou amigo.
Ter formado um grupo de pessoas, que busca no mesmo esporte esta felicidade e se reúnem pra fazer o que mais gostam, isso sim é o mais gratificante. TODOS dando força pra TODOS.

Com um início um pouco frio, largamos as 8:00. O percurso foi surpreendente, já que todos esperavam por lugares planos e asfaltados. Surpresa para os que largaram primeiro, como o meu irmão Mário(5km), o Riro(10km) e eu(5km).
Fui o primeiro de nós a chegar, passei o bastão pra minha linda, e comecei a avisar o resto do pessoal: - Gente, saiam na boa, que o percurso é duro, com subidas, chão batido e grama! Ele é bastante acidentado. Só no final, corríamos num paralelepípedo, que era menos difícil.
Mas tirando a dureza do percurso, onde passamos o km1 numa pauleira absurda em 3'30 (imaginem que eu tava com sensação de 3'10) tudo era lindo. Terreno bem rural, perdido por dentro das terras do "seu Beto"
Cada um que chegava dizia: - Nossa! Bem difícil !
E eu salientava aos que tinham passado um pouco mais do tempo que esperavam fazer: -Pessoal, nessa corrida, com essa dificuldade, não dá pra comparar com plano e asfalto! Tá todo mundo de parabéns, por ter completado nessas condições...
No final, tudo era festa. As equipes tinham que passar o pórtico juntas, depois pegar a toalha alusiva ao evento e mais pra frente a medalha de participação. Ali, todos estavam conversando, rindo, interagindo, como se fossemos antigos amigos...
Passado a fase toalha/medalha e as devidas fotos, fomos arrumar as coisas, porque depois de juntar tudo, iríamos nos divertir de outra maneira... BETO CARRERO WORLD!!!
Cada equipe ou grupo de amigos se separou pra arrumar as coisas no hotel e voltar pro parque.
Aí a coisa apertou....
Nadar, pedalar, correr eu sei... agora me atirar de uma torre de 100m de altura, isso eu nunca tinha nem cogitado.
Ao voltar do hotel, fomos almoçar e pensamos: -Bom, agora é melhor ir num brinquedo calmo, por causa da comida... e fomos ao império das águas. Entretenimento calmo, onde tu é levado por um bote, em corredeiras. Ao chegar, presenciamos uma fila absurda. Mas ali ficamos. Eu e o Riro, pensamos...-O elevador tá sem fila, vamos encarar? E fomos nós dois, enquanto o Gus, a Lê e a minha linda ficavam na fila, porque não gostaram muito da ideia... hehehehe
O elevador é um negocio barulhento, onde tu senta e é levado pra cima como um elevador e cai a mais ou menos uns 50m chegando na posição deitado. Medo? Eu? Quase nada! aham...é.
Cheguei branco pra contar aos que tinham ficado na fila e me meti pra entrar junto...
Depois do império das águas, fomos pra big tower. Essa sim é radical.
Depois de uns 30min na fila, subimos no brinquedo. Senta, baixa um "braço" que te segura, e vai subindo... quem tem medo de altura já não acha graça nenhuma, porque tu vai vendo aos poucos, toda a extensão do parque... tudo, porque ela sobe a 100m. E quando tu já está todo arrependido de ter entrado naquilo, o assento é puxado pra baixo, numa velocidade absurda, chegando a 120km/h.
Eu ainda não acredito que enfrentei aquilo... não entendi como consegui e como concordei em ir. Mas como eu levo sempre pra um lado positivo, pensei: -Um obstáculo a mais que tenho que passar...só isso.
Depois desse brinquedo, a montanha russa foi fichinha...
Ainda teremos que voltar em outra oportunidade, porque não conseguimos conhecer tudo.
Fica pra próxima.
Dica da postagem; -Escolha um esporte, faça um grupo, procure orientação e divirta-se com seus amigos. Não tem sensação melhor!
Saudações!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

" IronMan parte 3 "


Quando cheguei pra largar a bike, estava bem hidratado, bem alimentado, porém como uma dor na cervical absurda...
Larguei a bike na mão de um staff e segui firme pra tenda de troca.
Lá dentro, eu sentei pra colocar os tênis. Como a prova é longa, um par de meias é importantissimo. Enquanto isso, os staffs à minha volta perguntando: - Quer água? Quer gatorade? Tá com dor?? e eu prontamente disse; - Minha cervical! e tirei da sacola, um spray pra amenizar a dor. Nisso o staff, que devia ser fisioterapeuta, massageava meu pescoço. Quando o spray entrou em contato com a minha pele, lembrei de um fato acontecido lá na natação... eu tava assado! Consequentemente, a dor local foi trocada por uma ardência gerada pela cânfora do produto, em contato com a pele assada...nossa!!!!!
Mas saí pra correr sem dor nenhuma, isso foi muito bom.
Ao sair da transição, percebi o quanto eu tava bem. Em uma das melhores sensações que tive na vida, sai como se eu não tivesse pedalado 180km. E lá fui eu encarar a maratona.
Saí num ritmo firme, 4'10 a 4'15 por km. Eu tava me sentindo muito bem, tava fácil, e eu achava que poderia seguir correndo assim, até o começo das subidas entre Jurerê e Canasvieiras. Meu técnico me dizia sem parar: -4'30/4'40, não força... e eu respondia: - To bem, tá fácil. To correndo pra 4'15 o km. E ele me dizia de novo: - Segura!!
Insisti no ritmo... mesmo deixando um pouco de lado os pedidos do meu técnico. Cheguei na parte de subidas, e caminhei. A maioria dos atletas caminham, porque o trecho é muito duro, e correr, não faz tanta diferença, só cansa muito mais.
Passei os 10km com 43'30. Cheguei no Roberto Lemos lá pelo km14, no Henrique Siqueira no km 15, no Capelari no km 17, no Fredinho no km17.5, no Virgílio no 18.5km e assim eu fui... buscando os que estavam na minha frente.
Fiz a primeira volta dos 21kms com exatas 1:30. na hora pensei, se fiz esse tempo com subidas, vou continuar nesse ritmo e fechar perto das 3 horas!!
Comecei a segunda volta bem... porém no km 25 começou uma sensação de peso nas pernas, muita dor nas coxas e no km 28 senti que ia desmaiar... caminhei uns 10m tomando coca cola, pra ver se recuperava melhor. Nesse momento, eu tava passando por muita gente torcendo, querendo que eu corresse de novo. Quando voltei a correr, a galera gritava muito alto. Aquilo me reanimou mesmo. Voltei a correr bem após o km30 e segui correndo bem até o final.
Fechei a maratona com 3:15. Com um sofrimento pesado entre o 25 e o 30km, mas tudo dentro do esperado... quem não sofreu???
Conforme o combinado, a minha linda estava me esperando no começo do tablado que leva à chegada. Agarrei na mão dela e fomos... correndo com aquele sorriso no rosto, próprios de quem conquista uma objetivo tão almejado. Eu vinha nas nuvens, só me lembro do publico gritando, as palmas da galera... naquela hora, ainda não tinha caído a ficha de ter completado a prova.
Ao cruzar a linha de chegada, com 9:31:49 e 25 na classificação geral, eu tinha me tornado um IRONMAN!!!
Logo fui levado pra comer alguma coisa, envolto em uma toalha. Chegando lá, deitei no banco e chorei como uma criança, de felicidade por ter conseguido chegar. Ali mesmo encontrei meus amigos o Lucas e o Fabinho. Conversamos, comemos pizza e fui pro soro.
Mesmo eu tendo muito medo de agulha, sabia da importância do soro. E outra coisa, depois que eu tinha feito, treinado, o que uma agulhinha iria me fazer...
Pra quem pensa fazer essa prova, não posso dizer outra coisa senão, FAÇA!!!!!!!!!

Valeu àqueles que torceram. À minha família e ao meu amor, que fizeram parte desse processo todo, desde o início. Vocês são muito importantes pra mim.
Saudações, bons treinos, nos vemos nas próximas!!

" IronMan parte 2 "


Na hora da largada, como nos dias que antecederam a prova, nao fiquei nervoso. Confesso que nao estava entendendo meu sentimento, porque sempre nas provas, alguma ansiedade ou nervosismo nos abate de alguma forma.
Talvez a falta de nervosismo, fosse o nivel de confiança que eu estava. Na minha cabeça, eu estava tão preparado pra qualquer coisa, que nao me permitia pensar em alguma coisa negativa. E assim eu fui pro local de largada.
No meio de atletas profissionais de todo o mundo, eu fiquei feliz e me senti grandão. Largar do lado deles era muito especial.
Também sabia da importância de largar forte, pra não apanhar do pessoal das categorias, que acabaram por largar apenas uns metrinhos atrás da gente e não os 10m que tanto falavam.
A largada foi de repente, o Fabinho tava olhando pra trás, quando ouvimos alguma coisa... e vimos a galera correndo. Foi aquela correria pra dentro dagua.
Quando eu estou dando minha terceira braçada, olho pro lado e vejo um nadador do meu lado, de touca branca(touca das categorias). Pensei comigo: - Esse cara foi ninja! Como ele já está aqui??? mas segui nadando forte, pra fugir daquela muvuca.
Logo depois encaixei num pelotão que me parecia tranquilo e fui... nadando fácil, porem pensando: - Será que não to nadando muito devagar?? Na volta da primeira volta, perdi um pouco o contato com esse pelotão. Ao correr na praia e retornar o funil, corri como se estivesse numa prova curta e encaixei de novo nos pés que estavam me levando. Foi a melhor coisa que fiz naquele momento, pois esses pés me levaram até o final, sem que eu me cansasse muito.
Aquela natação já estava demorada demais pro meu gosto... eu tava achando estranho. Quando saí da agua, olhei o tempo; - 59'37, na hora pensei, putz nadei mal! Eu esperava sair da agua com 53 a 55 min. Mas fui pra transição pensando, vamos em frente, recem começou...
Depois que fiquei sabendo que tinha saído em 24, na frente do Galindez e junto com o Sturla.
Saí pro pedal e logo fui colocando um ritmo confortável. Pensei muito nisso nos treinos. Pedalar com consciência, pra correr bem...
Logo já avistava alguns ciclistas. O ritmo estava bom pra mim, dois brasileiros me passaram e abriram. Na hora lembrei do que o André Senna tinha me dito: - No começo da prova, tu vai ver os caras sumirem, pedalando a 40 por hora... tu vai te sentir um qualquer, porem tu vai encontra-los lá pelo 150, então segue teu ritmo. Dito e feito! Aqueles que me passaram voando, eu encontrei quebrados lá pelo 130... depois nem vi mais.
Passei os primeiros 90km esperando pela Vanessa, que estava com o Riro numa moto. Passei o retorno dos 90, perguntando por ela. Fiquei preocupado, porém não perdi meu ritmo e foco na prova. Eles chegaram lá pelo 95km. Naquele momento a minha linda perguntou: - Como tu tá? e eu respondi: - Cansado. E ela me relembrou: - Então segura pra corrida!
Logo adiante essa sensação passou e eu continuei no meu ritmo inicial.
Consegui fazer um ciclismo como o esperado. Sem problemas, me alimentando e hidratando bem. Algumas dores nas costas, uma dor na cervical, mas tudo sob controle, pois eram dores que eu conhecia muito bem...

" IronMan parte 1 "


Demorou, mas veio...
Pessoal, quem falou comigo e acompanhou minha preparação pro Iron, sabe que me dediquei como nunca pra essa prova.
Pra quem não sabia, eu fiz todos, eu disse todos, os treinos sozinho.
Comecei o treino pra prova, desde o dia 02 de janeiro quando resolvi treinar pro IronMan Brasil 2008. Falei com meu técnico Balmam e comecei, meio aos trancos e barrancos, já que eu tinha ficado um pouco parado depois do triathlon do SESC Porto Alegre dia 17 de novembro de 2007.
O inicio de preparação foi muito difícil, já que eu estava sem treinar a algum tempo. Nadar tava sendo um obstáculo imenso, pedalar tava sendo nos calores absurdos de Criciuma e correr, tava sendo uma angustia, pois não conseguia correr abaixo de 4'40 por km... assim se deu inicio ao projeto iron.
Com o passar do tempo e consequentemente dos planejamentos do meu técnico, fui melhorando gradativamente.
Sempre sozinho.
Os treinos começaram a ser eternas terapias de auto reflexão. Os primeiros treinos eram mais leves e com menos volume, logo depois a coisa foi aumentando. Porém fui ficando forte o suficiente para aguenta-los. E a mente, foi ficando cada vez mais forte, mais resistente ao sofrimento. Quem conhece o que é o IronMan, sabe que a cabeça tem um valor imenso dentro da prova. Uma falta de concentração ou ate mesmo uma pequena falta de força de vontade, pode te tirar da prova.
Conheci muitas cidades ao redor pedalando. Foram treinos volumosos, que aos poucos, nem fui sentindo, de tão focado que eu estava. A loucura era tanta, que eu falava comigo direto... conversava, refletia... e imaginava como seria na hora H.
Confesso que os treinos de natação deixaram a desejar... fui retomar os treinos de natação no ultimo mês de preparação, onde foquei um pouco mais. Mas isso foi coisa minha, pois a planilha chegava sempre no começo da semana, e eu por cansaço e as vezes preguiça mesmo, não ia pro clube nadar. Mas os treinos de ciclismo e corrida, foram feitos exatamente como dizia a planilha.
Eu dizia pro Balmam: - Sou 100% planilha, o que tu mandar, eu faço!
Gosto de salientar, que quando voce atleta, se dedica e confia no que teu técnico diz, não tem outra maneira senão seguir o que está no planejamento. E isso funciona!!
Os treinos de natação sempre eram os últimos do dia. Eu chegava muito cansado. Talvez por isso, não estava levando fé na minha performance no Iron.
No ultimo mês, aumentei minhas idas ao clube, segui tudo o que dizia a planilha.
Resultado final, cheguei muito bem, e o que mais importa: Eu tava confiante!