terça-feira, 8 de julho de 2008
" IronMan parte 2 "
Na hora da largada, como nos dias que antecederam a prova, nao fiquei nervoso. Confesso que nao estava entendendo meu sentimento, porque sempre nas provas, alguma ansiedade ou nervosismo nos abate de alguma forma.
Talvez a falta de nervosismo, fosse o nivel de confiança que eu estava. Na minha cabeça, eu estava tão preparado pra qualquer coisa, que nao me permitia pensar em alguma coisa negativa. E assim eu fui pro local de largada.
No meio de atletas profissionais de todo o mundo, eu fiquei feliz e me senti grandão. Largar do lado deles era muito especial.
Também sabia da importância de largar forte, pra não apanhar do pessoal das categorias, que acabaram por largar apenas uns metrinhos atrás da gente e não os 10m que tanto falavam.
A largada foi de repente, o Fabinho tava olhando pra trás, quando ouvimos alguma coisa... e vimos a galera correndo. Foi aquela correria pra dentro dagua.
Quando eu estou dando minha terceira braçada, olho pro lado e vejo um nadador do meu lado, de touca branca(touca das categorias). Pensei comigo: - Esse cara foi ninja! Como ele já está aqui??? mas segui nadando forte, pra fugir daquela muvuca.
Logo depois encaixei num pelotão que me parecia tranquilo e fui... nadando fácil, porem pensando: - Será que não to nadando muito devagar?? Na volta da primeira volta, perdi um pouco o contato com esse pelotão. Ao correr na praia e retornar o funil, corri como se estivesse numa prova curta e encaixei de novo nos pés que estavam me levando. Foi a melhor coisa que fiz naquele momento, pois esses pés me levaram até o final, sem que eu me cansasse muito.
Aquela natação já estava demorada demais pro meu gosto... eu já tava achando estranho. Quando saí da agua, olhei o tempo; - 59'37, na hora pensei, putz nadei mal! Eu esperava sair da agua com 53 a 55 min. Mas fui pra transição pensando, vamos em frente, recem começou...
Depois que fiquei sabendo que tinha saído em 24, na frente do Galindez e junto com o Sturla.
Saí pro pedal e logo fui colocando um ritmo confortável. Pensei muito nisso nos treinos. Pedalar com consciência, pra correr bem...
Logo já avistava alguns ciclistas. O ritmo estava bom pra mim, dois brasileiros me passaram e abriram. Na hora lembrei do que o André Senna tinha me dito: - No começo da prova, tu vai ver os caras sumirem, pedalando a 40 por hora... tu vai te sentir um qualquer, porem tu vai encontra-los lá pelo 150, então segue teu ritmo. Dito e feito! Aqueles que me passaram voando, eu encontrei quebrados lá pelo 130... depois nem vi mais.
Passei os primeiros 90km esperando pela Vanessa, que estava com o Riro numa moto. Passei o retorno dos 90, perguntando por ela. Fiquei preocupado, porém não perdi meu ritmo e foco na prova. Eles chegaram lá pelo 95km. Naquele momento a minha linda perguntou: - Como tu tá? e eu respondi: - Cansado. E ela me relembrou: - Então segura pra corrida!
Logo adiante essa sensação passou e eu continuei no meu ritmo inicial.
Consegui fazer um ciclismo como o esperado. Sem problemas, me alimentando e hidratando bem. Algumas dores nas costas, uma dor na cervical, mas tudo sob controle, pois eram dores que eu conhecia muito bem...
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